Opium
Opium
Nomes: Papaver, Papaver hortense, Papaver officinale, Papaver sativum, Papoula, Papaver setigerum, Papaver somniferum, Papaver sylvestre, Succus thebaticum, Thebaticum, Landanum, Meconium, Opianyde. Opium negro. Affion (árabe), Afu-yung (chinês). Aphenam (sânscrito). Ahiphena, Aphuka, Kashkhasa rasa (o suco da papoula), Kashkhasaphalakshira, Tilabheda, Sukshma tandula, Subija, Lasatphala, Shubhra pushpa. Mekon. Magan (alemão). Amapola (Espanha).
O nome OPIUM vem do grego OPION que quer dizer suco.
Família: Papaveraceae
Região de origem: Europa
Onde se encontra:
Sementes de papoula (comida), fruto da papoula, em perfumes (Teufels Kuche Patchouli Sweet Opium, Soma, Vamp, Sigil, Freak, Psychedelique, Deadly Nightshade, Kubla Khan, Bohdidharma Onyx Opium, Vanilla Opi-Oud, Vlad Dracul, Orange Sunshine, Flower by Kenzo).
Flower by Kenzo (com notas de flores de papoula)
Países onde se planta papoula:
Laos, Índia, Afeganistão, Tailândia, Irã. Okinawa no Japão. Suécia, Tasmânia. Os países do Mediterrâneo todos tem papoula e o Egito também. Na Suíça, a papoula cresce como se fosse uma planta selvagem.
Como se extrai na homeopatia:
Suco seco das cabeças (cápsulas ou frutos) da Papoula ainda verdes. Ocorre quando as folhas da papoula estão caindo e as cápsulas começam a ficar duras. Fazem-se furos e o látex escorre, deixa-se um instrumento de ferro onde o suco marrom se acumula. Vem em tabletes marrons brilhantes, tem sabor amargo e odor forte.
Composição do suco do ópio:
Morfina, Tebaína, Papaverina, Codeína e Narcotina.
A morfina tem efeito analgésico e narcótico quando deprime o tálamo, o córtex sensorial, os núcleos da respiração e da tosse. Estimula a medula, o reflexo vagal (logo estimula o vômito), aumenta o tônus dos esfíncteres. Diminui as secreções exceto o suor. Com meia hora de efeito ao ser injetada, induz a euforia, relaxamento muscular, perda da dor e da fome, miose com diminuição da visão. Doses maiores induzem ao sono, delírio, convulsões. Doses maiores induzem à inconsciência, depressão respiratória e morte.
A papaverina relaxa a musculatura visceral (os esfíncteres, os bronquíolos, os vasos sanguíneos), por isso aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro. Tem pouca ação analgésica e narcótica.
A codeína tem os mesmos efeitos da morfina, porém com menos intensidade.
A narcotina tem efeito mais leve do que a morfina, porém acelera a frequência respiratória.
A tebaína provoca convulsões e espasmos, podendo levar à paralisia. Tem efeito antiemético.
Medicamentos com ação opióide:
Elixir Paregórico, codeína, morfina, heroína, meperidina, dextrometorfano, cloridrato de tramadol, metadona (utilizada para diminuir a fissura pela heroína pois atua nos mesmos receptores). Fentanil, loperamida. Nalbufina e butorfanol (antagonizam o receptor Mu, mas agem nos outros receptores). Buprenorfina (agonista parcial). Levorfanol, pentazocina (morfinanos).
Em outros sistemas de medicina:
A medicina árabe (Unabi Tibbi) já descreveu a Papoula, o ópio e o uso das sementes do ópio para diversas enfermidades.
Na medicina veterinária árabe menciona-se o ópio para tratar cavalos (Ashwavaidyaka por Jayaditya).
Há relatos sobre o ópio em matérias médicas da medicina ayurvédica (Dhanwantari nighantu, Madanapala nighantu, Rajanighantu). Num compêndio de medicina de um médico hindu Bhavamishra do século XV (Bhavaprakasha) ele cita o ópio.
Mitologia, Seitas
Na mitologia grega:
Hypnos é o filho de Nyx ("A Noite") e Erebus ("A Escuridão"). Seu irmão é Thanatos ("Morte"). Ambos os irmãos vivem no submundo (Hades) ou em Erebus, outro vale do submundo Grego. Hypnos vive numa grande caverna de onde o rio Lethe ("Esquecimento") vem e onde a noite e o dia se encontram. Sua cama é feita de ébano, na entrada da caverna crescem muitas papoulas e outras plantas hipnóticas. Nenhuma luz e nenhum som entra nessa caverna. De acordo com Homero, ele vive na ilha de Lemnos, a qual ele disse que seria sua própria ilha dos sonhos. Hypnos é um deus calmo e gentil, pois ele ajuda os humanos que necessitam e por conta do seu sono, é dono de metade de suas vidas.
Nos rituais dos mistérios Órficos (dos cultos a Dionísio), a oferenda de sementes de papoula queimadas no local aconteciam. A papoula também simbolizava os sonhos proféticos.
A hipnose pode ser utilizada para curar o inconsciente das pessoas através da projeção neurolinguística mas também induz a um transe mediúnico por induzir a um estado entre o sono e a vigília em que as ondas cerebrais Theta atuam.
Thanatos e Nyx também tinham em suas celebrações guirlandas de papoulas e seus templos eram decorados com papoulas.
As Lágrimas de Afrodite
Conta-se que quando Adonis que era amante de Afrodite morreu em seus braços após ser atacado por um urso, Afrodite chorou e de suas lágrimas surgiram flores que alguns chamam ANEMONE (que pode ser sim Pulsatilla e seu núcleo de abandono) mas que curiosamente há uma planta no México cujo nome científico é ARGEMONE e é conhecida como amapola. Sua flor é muito semelhante à papoula e suas cápsulas ou cabeças também. Outras plantas deste gênero ARGEMONE são encontradas na Argentina (com o nome de Cardo Santo e Cardo Amarillo), no Havaí. Da mesma maneira que o ópio, é o látex que possui mais alcalóides e é dele que se extrai o suco que é fumado.
Demeter e Papoulas
Demeter é deusa da agricultura e da colheita para os gregos. Ela sempre aparece representada por uma mulher em campos de trigo com papoulas.
Demeter teria comido papoulas para diminuir a dor da perda de sua filha Perséfone que teria sido raptada por Hades e para ela estava desaparecida.
O "rapto" de Perséfone por Hades (ou inconsciente) pode ter ocorrido através da entrada de Perséfone num transe mediúnico chegando na frequência das ondas Theta cerebrais. E isso pode ocorrer quando se utiliza um hipnótico, como o ópio.
Perséfone, por sua vez, é retratada com papoulas e folhas de lírios quando sai de Hades para a superfície.
A papoula era utilizada nos ritos de Eleusis e em outros locais da Grécia antiga para celebrar Demeter. Ver mais sobre Eleusis em: Eleusis
Asclépio, o Deus da Medicina
Há evidências de que o ópio foi utilizado como incenso sagrado no templo de Asclepeion em Epidauros e induziria as curas e as visões mediúnicas.
A Guerra de Tróia
Homero cita na Ilíada o "Nepente", uma bebida que fazia as pessoas esquecerem do que era ruim momentaneamente, que Helena teria dado aos soldados de Tróia após terem perdido Ulisses. "Nepente" do grego "Ne" (não) e "penthe" (dor), o que o ópio faz momentaneamente. Homero cita a papoula e as cápsulas (cabeças) na Ilíada também. Citam que o Nepenthe poderia ter também em sua composição Hyosciamus niger.
Na mitologia de Creta e os Fríngios da Anatólia
A deusa da papoula de Creta com os frutos na cabeça
Nas cerimônias religiosas de Creta, os Minoanos ingeriam ópio para atingir os estados de êxtase religioso. Os videntes faziam leituras e adivinhavam o futuro como oráculos sob a influência do ópio. O que pode ter mesmo é levado os videntes ao estado entre o sono e a vigília que são as ondas Theta cerebrais que são a frequência da mediunidade.
Os fríngios também relacionavam o ópio à Deusa Cybele (Rhea ou Mãe Terra).
Na mitologia egípcia
O Papiro de Ebers diz que Ísis utilizava o ópio para acalmar Hórus.
Há diversas imagens pintadas nas paredes ou esculpidas com as cápsulas de papoula e os reis egípcios.
Na mitologia nórdica
Os povos germânicos cultivavam papoulas e chamavam os campos de papoulas de Odainsackr e estes locais seriam onde Odin faria seus milagres.
O povo Franco dos Germânicos cultuava um deus chamado Lollus ou Lullus que era simbolizado como um jovem com cabelos loiros com um colar feito de cápsulas de papoula.
Na Índia
Na Índia, os Shaivistas e os que cultuam Shakti utilizam o ópio para obter concentração na meditação.
No Islã
Diz-se que so Sufis e os Dervish usariam o ópio em algumas práticas meditativas.
No Xamanismo Tailandês
Os xamãs de Miao fumam ópio antes de entrar no transe mediúnico para curar. O ópio também é utilizado como oferenda para árvores e pedras sagradas.
Na Antiga Suméria
Uma estátua do deus Tammuz e uma papoula são artefatos antigos que remetem ao uso do ópio.
Assurbanipal em frente à Árvore da Vida segurando na mão cápsulas de ópio.
História:
Na Suíça, no período neolítico, encontraram cápsulas (cabeças) de papoula e sementes em uma vila. Na Espanha também.
No período tardio da Era de Bronze, foram encontrados artefatos utilizados para fazer o uso do ópio no Chipre (um cachimbo num templo de Ashtarte), em Creta, na Grécia, na Síria e no Egito.
Jarro e cápsula de papoula encontrados no Chipre
Na Suméria, há mais de 5 mil anos, há registros escritos do seu cultivo nas suas tábuas de barro com escrita cuneiforme, com um ideograma que descreve a papoula como "planta da alegria".
Encontraram resquícios de ópio numa tumba egípcia do arquiteto Kha do século XV a.C., no reinado de Amenhotep III (pai de Akhenaton), num vaso de alabastro contendo óleos vegetais e ópio. O ópio era cultivado em Tebas e era denominado ópio de Tebas. Por isso um dos seus alcalóides foi denominado tebaína.
Um povo que se tem registros pelo menos desde 900 anos a. C., os Scythians, deixaram túmulos que se chamavam kurgas, onde encontraram vasos de ouro com uma substância preta dentro que testaram positivo para ópio e maconha.
Artefatos do povo Scythian
Os romanos tinham uma bebida bastante popular na época do Império Romano que eram as "bebidas soníferas" (esponjas soporíferas). Denominadas também de "catapotium que aliviava dores". Uma das receitas desta bebida continha: Acorus calamus, Peganum harmala, Castoreum (secreção glandular de castores), Cinnamomum (canela), ópio, raiz de Panax (ginseng), raiz de Mandragora officinarum, maçãs secas (provavelmente os frutos da Mandrágora), Lollium temulentum e Piper nigrum cozidos em vinho.
Na China um afrodisíaco era produzido com ópio, ginseng e musk.
A mãe do Imperador Nero, Agripina, colocou ópio no vinho de seu enteado Britânico e o matou para que Nero fosse imperador.
Historiadores antigos descrevem o ópio
Ovídio, o poeta romeno, menciona o "suco da planta que faz esquecer".
Virgílio confere propriedades hipnóticas às sementes de papoula na "Eneida" e "Georgicas".
Plínio, o Velho diz que tabletes feitos com as sementes da papoula eram colocados no leite e tomados como hipnótico; que o ópio misturado com óleo de rosas era utilizado para cefaléias e colírios; se misturado com leite materno, era aplicado nas artrites bem como suas folhas; quando misturado com vinagre, curava feridas e erisipela.
Moeda da Frígia com a cápsula da papoula entre ramos de trigo
Hesíodo cita uma cidade perto de Corinto que se chama Mecone ou Mekone por conta do uso do ópio. Strabo diz que o outro nome de Sicyon (uma cidade) era Mekone. Nessa cidade, Pausanias descreve que havia um templo para Asclépio onde uma estátua de Afrodite segurando papoulas em uma mão e uma maçã em outra mão estava esculpida em mármore e ouro.
Heródoto compara a papoula com a flor de Lótus dos egípcios.
Heráclides Pontius relata que o ópio era usado para fazer eutanásia pelos antigos.
Médicos da antiguidade descreveram o ópio
Galeno descreve como sendo fervido em água e aplicado com algodão passando na testa e narinas ou colocado como supositório.
Al Razi, um médico árabe que atuava em Bagdá no século IX também cita o ópio. Avicena é conhecido como o "pai do sono" por ter introduzido o ópio na medicina islâmica.
Médicos árabes e persas descreveram não só a substância mas também incluíram formulações com a mesma (Firdo usul-Hikmat e Mujardat Quanan).
Hipócrates diz que o suco da papoula é hipnótico, catártico, narcótico. Recomenda utilizar a papoula negra, seu suco, para tratar leucorréia e hidropsia do útero. Recomenda que se faça uma pasta para tratar problemas oftálmicos.
O Papiro de Ebers dos egípcios descrevia o ópio como a substância que utilizavam para acalmar crianças que choravam ou gritavam demais.
Os chineses documentaram o ópio desde o ano 300 d.C., pelo médico chinês Hua, que diz que era usado como anestésico em procedimentos cirúrgicos.
Heráclides de Tarentum em 300 a.C. utiliza o ópio para tratar dor e sedar.
Teofrasto, um botânico em 200 a.C. descreve diversas espécies de papoulas em seu "Historia Plantarum" e descreve também os métodos de extração do látex, denomina o ópio de mekonio.
Nicander de Colophon em 200 a.C. descreve a dose tóxica do ópio de Tebas.
Scribonio, médico do ano 40 d.C. do Império Romano o descreve no seu livro "Compositionem medicamentorum".
Idade Média, Renascimento
Na Idade Média, o ópio era listado em todas as farmacopéias da Europa.
Thomas Sydenham inventou a tintura chamada Laudanum que era feita com ópio, Crocus sativus, canela (Cinnamomum verum), cravo e vinho espanhol. Foi muito usado até o século XIX. Thomas Sydenham era conhecido como o Hipócrates inglês e descreveu os movimentos coreicos do quadro neurológico da febre reumática, a Coréia de Sydenham.
Na Farmacopéia de Wurttemberg cita-se como um divino remédio.
Walahfried Strabo cita em "Hortulus" a papoula germânica e diz que ela é "sagrada para Ceres". Ceres é a deusa romana correspondente a Demeter. Neste estudo, ele mostra como era uma horta na época da Idade Média.
Na Rota da Seda, o caminho que levava à China antiga para a compra de seda e porcelana, existiam muitos plantadores de ópio que inclusive usavam as cápsulas de ópio como moeda de troca. Por isso inventaram os "pesos de ópio".
Uma loção muito antiga é descrita, porém não há menção do autor, mas circulava pelo menos desde o século XVII, chamava-se Diascordium. Continha ópio em sua composição.
Diascordium: Loção com opium, storax (resina de Liquidambar orientalis), Galbanum (resina da planta Ferula gummosa), Cassia lignea, Teucrium scordium, rosas vermelhas, dictamnus (uma erva afrodisíaca que se encontra somente nas montanhas da ilha de Creta), Gentian, Tormentilla erecta, Bistort officinalis, gengibre, Piper longum, canela, mel rosado, vinho madeira, âmbar.
Dover´s Powder
Thomas Dover fez uma formulação em pó denominada "Dover´s Powder" (pó de Dover) que continha pó de ipecacuanha, pó de ópio e lactose.
John Jones escreveu "Mysteries of Opium Revealed", o primeiro livro somente sobre ópio.
Em 1803, Friederich Serturner isola a morfina do ópio.
Escritores mencionam o ópio
Shakespeare cita em Macbeth uma bebida feita com sementes de papoula branca com maconha como narcótico.
Além disso, o pintor John Everett Millais que fez uma interpretação da cena da morte de Ofélia (de Hamlet) com papoulas nas mãos dela.
Goethe cita sobre o ópio em Fausto, diz que é a "quintessência dos sucos da doce sonolência".
Thomas Quincy diz que o ópio seria o "misterioso bálsamo que realiza todos os desejos humanos".
Baudelaire escreveu "Les Paradis Artificiels" baseado no uso de ópio e maconha. Mary Shelley (de Frankenstein), Edgar Allan Poe e Baudelaire eram usuários de ópio.
As Guerras do Ópio
Até o século XVIII, a China exportava para a Europa seda e porcelana (e provavelmente outras coisas), porém não precisava de mais nada dos europeus, que não tinham mais o que oferecer a não ser prata. Logo, os ingleses maquiavelicamente decidiram vender ópio através da Companhia das Índias Orientais (tudo com consentimento da família real). O ópio no século XVIII foi considerado ilegal pelo Imperador chinês porém os ingleses não se importavam se estavam viciando os chineses e estragando suas vidas. O ópio da Companhia das Índias Orientais era fornecido para contrabandistas e era vendido na China ilegalmente. Foi o primeiro TRÁFICO DE DROGAS INTERNACIONAL. Além dos ingleses, os americanos também participaram, inclusive avô de Franklin Roosevelt (ex-Presidente dos Estados Unidos) e o avô do secretário do estado John Forbes Kerry entravam na China para traficar o ópio.
Quando o Imperador da dinastia Qing ordenou que todo o tráfico do ópio fosse apreendido e banido, Charles Elliot, superintendente do tráfico na China não aceitou parar com o estrago que fez na vida de milhares de chineses e escreveu uma carta para a família real inglesa para que entrasse em guerra. Durante a primeira guerra do ópio, os ingleses ganharam e ficaram com Hong Kong injustamente.
A segunda guerra do ópio teve participação da França e Rússia além da Inglaterra contra a China, que perdeu novamente.
Com isso, os chineses com razão tiveram péssimas impressões dos ocidentais e resolveram fechar as portas para o ocidente com a revolução comunista que infelizmente foi uma filosofia ocidental também que piorou a situação dos chineses, culminando num estado comunista repressor e ditatorial.
Por conta dos danos que o ópio fez na China, Mao Tse Tung disse que a religião é o ópio do povo (naquela época também entravam na China missionários evangélicos que também estragavam a cultura chinesa). Logo, os primeiros traficantes intercontinentais de drogas que realmente estragavam a vida das pessoas foram os ingleses e americanos. Eles que acusam os latinos hoje em dia do grande tráfico internacional.
Moeda da Companhia das Índias Orientais com a cápsula da papoula e o algodão
Na Homeopatia
Sintomas:
Tipo físico:
Crianças e idosos. Cabelos claros, músculos flácidos. Crianças envelhecidas prematuramente.
Nós temos no nosso corpo opióides endógenos. São as endorfinas, as dinorfinas e as encefalinas. Eles atuam em receptores específicos do cérebro: Mu, Delta e Kappa. A ação analgésica se dá principalmente pelos receptores Mu. O subtipo Delta não é ativado por opióides endógenos, apenas por opióides ingeridos ou injetados.
Para que servem os opióides endógenos? Em estados de trauma, seja físico ou psicológico, eles são acionados para dar um alívio imediato numa dor aguda que pode ser tão intensa que prejudica as funções da pessoa. Ou então em situações de dor crônica em que sem algo para aliviar a dor também faria a pessoa até desistir de viver.
Portanto, é um remédio para sustos e traumas, situações em que há pânico, passar vergonha. O organismo liberou os opióides endógenos para tentar defender o organismo.
O medo é tão apavorante que proovoca até sintomas físicos como crises convulsivas e diarréia que podem permanecer por dias (diferenciar de Gelsemium), insônia. Depois que o susto acontece, continua ainda com o medo, diz que vê em sua frente o que provocou o medo e fica assim por dias.
Quando os opióides endógenos começam a agir contra esse medo, pode dar cefaléia que paralisa a pessoa na cama, obstipação e começar o efeito sedativo.
Mediunicamente, pode ter mirações com espíritos, demônios, fantasmas por conta da situação traumática e de ataque. Adiciona-se a isso uma alta sensibilidade a ruídos e de todos os sentidos. A pessoa ouve um inseto andando por exemplo. Sente partes do seu corpo inchar e pensa que elas vão estourar.
Os opióides endógenos começam a agir nos receptores da dor. Se perguntar a um paciente de Opium como ele está se sentindo, ele algumas vezes dirá que se sente perfeitamente bem e feliz, com bem estar corporal, alegria, fé, confiança. Sente beatitude física e mental. Não sente dor nem sofrimento. É como tomar a bebida ópio. Ele entra num estado anestesiado na mente e no corpo físico. Ele nega doença ou qualquer estado patológico por conta das sensações de anestesia. Ele pode estar com febre mas nega. Quer ficar só.
Sente-se como se estivesse flutuando no ar.
Imagine aumentar um pouco a dose ou o efeito do ópio. O paciente entrará num estado de confusão mental, podendo ainda responder a perguntas, mas de uma maneira um tanto alterada.
A substância ópio quando ingerida também leva a um estado de sedação, estupor. Nesse estado, o paciente não diz nada e não faz nada pois está como sedado.
Sinais físicos de intoxicação pelo ópio incluem miose (ao invés de midríase).
Em casos mais graves com intoxicação maior, a pessoa pode ter depressão respiratória.
Depois que a ação dos opióides endógenos acaba, ele entra num estado de "abstinência" e apresenta delirium tremens.
Sintomas físicos:
Gerais:
Febre, suor abundante com taquicardia. Delírio junto com a febre. Face vermelha ou roxa, olhos vermelhos, espasmos da boca. Miose. Pulso rápido durante a crise de ansiedade.
Calafrios com calor na cabeça e sudorese abundante.
Pulso cheio e lento durante a ação analgésica.
Sensibilidade ao ruído e odores suaves.
Piora com o calor, após o sono, quando transpira, ao tomar estimulantes.
Melhora ao ar livre e no frio, ao movimentar-se, ao caminhar.
Desejos e Aversões de:
Bebidas alcoólicas, cerveja, conhaque, whisky, pão, doces. Aversão a carne e tabaco.
Sistema Nervoso
Cefaléia que começa na região occipital e vai para a frente, fica paralisado na cama. Ou quando se levanta, não consegue deitar novamente. A dor começa de manhã e é muito intensa. Pode ocorrer após beber.
Vertigem
AVC hemorrágico
Convulsões provocadas pelo calor. Opistótono. Tira as cobertas. Se a mãe colocar a criança no banho para diminuir (convulsão febril), a criança ficará inconsciente e fria como se estivesse morta. O bebê pode ter uma crise convulsiva após um susto que a mãe sofreu.
Delirium tremens.
Estado de coma pós-ictal.
Paralisia.
Sonambulismo. Fala, chora dormindo.
Ouve zumbidos e ruídos do mar.
Aparelho respiratório
Tosse com dispnéia e face cianótica.
Pode ser utilizado como antitussígeno (como a codeína).
Tosse que melhora ao tomar água fria.
No entanto, pode provocar broncoespasmo.
Para de respirar no início do sono e tem que ser chacoalhado para recomeçar a respirar.
Aparelho cardiovascular
Pode provocar hipotensão.
Aparelho digestivo
Boca seca e sede intensa.
Tem ação como antiemético (no caso dessa ação específica é por conta da sua ação nos receptores CB1).
Ao engolir, o esôfago fica parado e o líquido vai para o nariz.
Sente fome, come, mas não se sacia. O estômago fica tão cheio que acaba vomitando a comida em excesso. (Quando isso acontece, o melhor remédio para o paciente que está sob o efeito da morfina e sente esses sintomas é Chamomilla).
Pode provocar obstipação por diminuir a motilidade do intestino; pode aumentar também provocando cólicas como se o intestino tivesse sido cortado em pedaços. Diarréia após trauma ou susto (melhora com Pulsatilla se for por excesso de morfina ou heroína).
Volvo
Flatulência.
Aumenta os espasmos biliares.
Hérnia inguinal encarcerada.
Aparelho urinário
Retenção ou incontinência urinária por susto.
Paralisia vesical.
Aparelho reprodutor
Desejo sexual aumentado ou diminuído com impotência.
Supressão da menstruação após susto.
Cessação da dor durante o trabalho de parto porém logo depois começa a apresentar delírios, entra em coma com convulsões espasmódicas.
Aborto
Supressão dos lóquios após o parto ou metrorragia após o parto.
Convulsão no puerpério.
Pele
Pode provocar prurido.
Úlceras que não doem e não fazem tecido de granulação.
Ausência de dor quando a pele está muito inflamada.
Membros
Fraqueza e paralisia.
Remédios inimigos:
Ferrum phosphoricum
Antídoto:
Coffea
Ipecacuanha, Muriaticum acidum (debilidade muscular permanente).
Antagonista alopático:
Naloxone, Nalorfina.
Uso médico na homeopatia:
Intoxicação por chumbo (paralisia).
Quando nenhum remédio está fazendo efeito.
Alcoolismo crônico (pacientes que já tiveram diversas crises de delirium tremens).
Intoxicação por fumaça de carvão (em conjunto com Arnica, Bovista).
Na fitoterapia
O óleo da semente pode ser utilizado para tratamento de doenças de pele e gota.
O extrato da cabeça da papoula na China era utilizado injetado em laranjas e depois seu líquido era usado para tratar diarreia, distensão abdominal, flatulência. Em Pequim, era usado como afrodisíaco.
É usado em Okinawa para tosse, loucura, espermatorréia, diarréia, azia. Na Tailândia é utilizado por uma tribo para malária, cefaléia e é fumado.
Foi utilizado no ocidente como tranquilizante, para histeria, hipocondria, mania e melancolia, tosse. Os gregos utilizavam para hipertensão e como narcótico.
Kapustinskii reporta a provável eficácia contra Mycobateria.
Inalado, era usado para melhorar a dor de dente.
Como Incenso para Meditação
Há incensos feitos de ópio que ajudam a induzir a meditação.
Como comida:
A semente da papoula contém:
Fibras, proteínas, cálcio, ferro, fósforo, iodo, manganês, magnésio, sódio, potássio, zinco, tiamina, riboflavina, ácido nicotínico, lecitina, ácido oxálico, pentoses. As enzimas diastase, emulsina, lipase e nuclease. Apresenta também alcalóides, narcotina, narceína e tebaína, morfina, papaverina, rhoeadina.
Pode ser utilizada para fazer mingau para o café da manhã, recheios de bolo.
Tomar cuidado com a quantidade, pois 4 colheres de chá já podem provocar sedação.
As folhas podem ser utilizadas como salada.
Outras utilizações da planta
O óleo da semente tem sido usado na produção de tinta.
O caule é usado como combustível.
LINKS DE REFERÊNCIA
Opium - by Kent (Vithoulkas)
Use of Opium and Cannabis in the Traditional System of Medicine in India
Utilization of Papaver (James A. Duke - Economic Bothany)
Uma Breve História do Ópio e os Opióides (Danilo Freire Duarte)
Opium Wars
Psychoactive Plants in Ancient Greece (F.J. Carod Artal)
Ophelia´s Flowers (Stephanie Chatwood)
Residue of Opium Poppy Found in Bronze Age Juglet (Smithsonian Magazine)
LIVROS de REFERÊNCIA
Estudos de Matéria Médica Homeopática (Lathoud)
Guia de Medicina Homeopática (Nilo Cairo)
Os Sintomas Mentais em Homeopatia (Dr. Robert Dufilho)
Tratado de Matéria Médica Homeopática (Bernardo Vijnovsky)
The Encyclopedia of Psychoactive Plants - Ethnopharmacology and Its Applications (Christian Ratsch)
Muito interessante, gratidão por compartilhar!!!
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