Agaricus muscarius (Amanita muscaria)

Agaricus muscarius 
(Amanita muscaria)




Quando as pessoas pensam em cogumelos, logo pensam neste vermelho de bolinhas brancas. Amanita muscaria está presente no mundo inteiro e por sua beleza cativa muita gente. Esse cogumelo em específico sempre foi associado às fadas, gnomos e elfos. 


Nome: Agaricus muscarius, Agaricus pustuladus, Agaricus fulvus, Amanita muscaria. Fly agaricus, wapaq, Kakulja-ikox. 

O nome Amanita vem do nome Amanus, antigo nome das Montanhas de Nur que ficam na Turquia. Também chamadas anteriormente de Alma-dag (Montanhas da Luz Sagrada). Estes cogumelos de fato crescem mais nas montanhas temperadas ou frias onde são encontrados pinheiros e bétulas. 

Muscaria vem de "mosca", assim como "fly" de Fly agaricus, por conta do que acontece com as moscas quando chegam perto do cogumelo. Suas bolinhas brancas contém uma substância que parece com o ferormônio das moscas e por isso acaba atraindo muitas delas. No entanto, quando elas pousam e se cobrem com a substância branca, ficam intoxicadas e morrem. 


Foi difícil encontrar o siginificado de Agaricus, podendo ser do verbo grego "aggarewo" que significa servir sob pressão. 

Onde se encontra: Europa, Índia, Sibéria. Américas, Japão, nas regiões montanhosas ou frias associadas a florestas de pinheiros. 

Remédios: Sebium Pore Refiner Cream (ácido agárico para hiperidrose). Na Rússia e na Finlândia, são usados misturados com Vodka para dor de cabeça e dor abdominal; ou em uso tópico para feridas. Os nativos da América do Norte usam para passar nos olhos. 

Como Inseticida: Na Suécia é utilizado contra percevejos que se alimentam de sangue nas casas. Pode ser pendurado nos tetos das casas servindo como um tipo de papel pega-moscas. Ou pode ser colocado no leite, onde atrai as moscas que voam para o líquido e morrem. 

Alcalóides encontrados: 

Muscimol: 

É o responsável pelas visões.

Muscimol (ou agarina ou panterina) é o principal constituinte psicoativo da Amanita muscaria e outros cogumelos parentes. Ele atua como agonista gabaérgico na córtex cerebral, no hipocampo e no cerebelo e faz um efeito hipnótico, depressivo e tem atividade alucinógena. É um isoxazol. Atua diretamente nos receptores gabaérgicos. Tem atividade depressora respiratória e por isso pode levar à insuficiência respiratória se a intoxicação for muito grande. 

Ácido ibotânico

Age em receptores de glutamato NMDA. Estes receptores são responsáveis por muito dos estímulos nervosos, são responsáveis pela neuroplasticidade cerebral (fazer novos caminhos neuronais no cérebro). 
Estes receptores também são responsáveis pelo que os estudiosos da culinária chamam de sabor "UMAMI", onde age o glutamato de sódio (Aji-no-Moto), aquele gostinho de "quero mais". Estes receptores são encontrados nas papilas gustativas. Talvez por isso tantos animais sejam atraídos para comer este cogumelo.
Estes receptores estão presentes na pele e seu estímulo pelo glutamato aumenta a dor local. Por isso a percepção dolorosa aumentada quando a pessoa está intoxicada pelo Agaricus. 
Este ácido é convertido em muscimol quando o cogumelo é seco ou cozido. 
É tóxico para o fígado.
Em uma quantidade excessiva, o estímulo destes receptores para o glutamato podem aumentar o crescimento de gliomas no cérebro. Também estimula a degeneração de neurônios quando em excesso. 

Muscarina

Age nos receptores muscarínicos do organismo, que faz parte dos mecanismos do sistema autônomo parassimpático.

A muscarina provoca sensação de calor, sudorese, salivação, lacrimejamento, miose, náusea, vômitos e diarreia. 

Amanitina e Faloidina

Podem ser tóxicos para o fígado.

Outras substâncias

Ácido agárico (agaricina): É uma espécie de resina. Em pequenas doses, aumenta a pressão sanguínea e provoca bradicardia. Em doses maiores provoca queda da pressão sanguínea. Age nas glândulas sudoríparas parando sua secreção. Pode provocar em excesso aumento da secreção salivar e intestinal.


Muscazona: É um aminoácido encontrado na Amanita muscaria. 


Pode provocar confusão mental, perda de memória e danos à visão. 

Na Culinária

Sim, os cogumelos Amanita são comestíveis, mas depois de bem fervidos por várias vezes onde tem que se trocar a água. E é melhor retirar as bolinhas brancas que contém veneno. 


As renas comem cruas naturalmente em seu ambiente e procuram os cogumelos entre a neve. No entanto, além de ser uma necessidade, elas podem ter algo que neutralize os venenos, diferente dos humanos. Outros animais também comem Amanita na natureza, como a raposa. 


Até as lesmas comem Agaricus.


E justamente por tentar comer este cogumelo que os humanos devem ter percebido suas propriedades psicoativas. 

Como Corante

Pela sua cor vermelha, Amanita é usada para fazer corante vermelho. 

Rituais Xamânicos no Mundo: 

Em relatos de quem provou Amanita em fumo ou em chá, há efeitos que se repetem. Muito suor, algum desconforto no estômago, náuseas, vômitos. Sonolência antes de começar as visões. Por vezes a pessoa realmente dorme. Ouve-se um zumbido ou algo como um trovão. Depois vem as visões em formas geométricas típicas das visões psicodélicas. Há relatos de experiências fora do corpo. Pode haver tremores.

Se for tomado em grande quantidade e houver intoxicação, podem ocorrer convulsões. As pupilas diminuem.

O interessante da Amanita é que as substâncias psicoativas passam pelo filtro dos rins sem serem metabolizados, ou então como metabólitos ainda ativos. Por conta disso, as pessoas bebiam a urina de quem consumia os cogumelos e ainda conseguiam os efeitos psicoativos.

Há algumas pessoas que reportam sonhos lúcidos ao dormir depois do processo. 

A maioria dos povos que consumiam os cogumelos Amanita o associavam aos deuses ligados ao trovão, os raios, como Indra, Odin, Kakulja-Ikox. Pode ser por conta do zumbido no ouvido que acontece.

No entanto pode existir um outro motivo ou uma associação complementar com raios e trovões. O curioso foi que existe um artigo da National Geographic falando sobre pesquisas de produtores de cogumelo japoneses que estão simulando descargas elétricas como raios fracos nas suas plantações de cogumelos, pois perceberam que após a queda de raios nos locais, há uma proliferação maior de cogumelos. O resultado dos estudos foi positivo, os cogumelos expostos a raios fracos praticamente dobram de quantidade por conta destas correntes elétricas. Eles especulam que pode ser por conta de um instinto de sobrevivência que os faça querer se espalhar mais para não morrer. 

Celtas

Os celtas falam de um cogumelo conhecido como "bwyd ellyllon" ("cogumelo dos elfos") que é uma das comidas dos elfos mas é temido pelos homens e bestas.


Existe um dolmen na Inglaterra chamado Chun Quoit que lembra um cogumelo gigante. Diz-se que os dolmens são entradas para um outro mundo. A chave são os cogumelos.


No primeiro dia de novembro, que é o dia de Samhain para os celtas, eles faziam um chá com este cogumelo, bebiam, dormiam e no dia seguinte contavam sobre o que tinham sonhado. 
 
Vikings 

Há petroglifos que evidenciam que os Vikings na Escandinávia usavam Amanita.


Pelos mecanismos de ação das substâncias encontradas na Amanita, nos receptores gabaérgicos e muscarínicos, o fungo parece dar uma sensação de relaxamento. Era provável que usassem o cogumelo para relaxar antes da batalha, porque enquanto estavam no transe, sentiam coragem, sensação de super força (levam o corpo além dos limites), insensibilidade a dor. Num momento mais tardio, a pessoa pode ter raiva e sentimentos de vingança. Existiam guerreiros mais selvagens, os Berserkers que provavelmente utilizavam Hyosciamus, ou Belladonna, duas plantas que dão rompantes de violência e vontade de matar entre outras características. 


Vikings eram nórdicos e portanto seu panteão era dos deuses nórdicos. O deus que associavam à Amanita era Thor ou Odin, deus do trovão, provavelmente por causa do zumbido que se ouve na hora das visões.

Odin é denominado "Deus Corvo", mas em inglês é "Raven", que é um corvo grande que come carniça. Tem dois auxiliares corvos menores que espionam por todo o mundo dos deuses. 

Índia

O Soma que seria a bebida sagrada dos deuses hindus é associada ao cogumelo Amanita e também a outras bebidas sagradas.

Em Kerala existem formações de pedras do cogumelo que lembram a Amanita. Existe um templo para Devi nessa cidade que parece um kuda-kallu (construção que parece um cogumelo ou uma sombrinha). Neste local existe tanto a Amanita muscaria e a Amanita pantherina.



Nessa região, dizem que os Nagas ainda consomem o Agaricus. Observação: Nagas são o povo cobra. 

Há uma história sobre o Soma e Rahu, que seria o demônio responsável pelos eclipses solares e lunares. Isso remonta à segunda encarnação de Vishnu como Kurma, a tartaruga que sustentava o mundo em suas costas. Deuses e demônios (Asuras) se jutaram para produzir o Soma e a Amrita, que lhes conferiria imortalidade. Eles precisavam misturar o oceano para produzir o Soma e só os deuses não conseguiriam sozinhos. Por isso chamaram os demônios também (asuras ou danavas - eram dragões - reptilianos). Quando a amrita surgiu, Rahu, que era um demônio, fingiu ser um dos deuses e começou a tomar a bebida sagrada. O sol e a lua perceberam que ele estava fingindo e avisaram Vishnu, que cortou a cabeça de Rahu antes que o líquido chegasse em seu corpo. A cabeça de Rahu adquiriu imortalidade, mas seu corpo não. Por conta do sol e da lua denunciarem Rahu, ele os persegue de tempos em tempos e os engole e depois os coloca para fora, constituindo os eclipses. Os maias também associam os eclipses a uma serpente que engole o sol e a lua. 

Os hindus associam a Amanita com o deus Indra, do trovão, assim como os Vikings. Há pelo menos 120 versos do Rig Veda que falam sobre o Soma.

Aqui alguns versos do Rig Veda:

9 - I - 1,2,5,6

1. "No mais doce, mais grato riacho corre puro, Oh Soma, em vosso caminho, extraído para Indra, para ser sua bebida.
2. Matador de demônios, amigo de todos os homens, ele tem a madeira com o ferro em sua casa.
5. "Oh gota de Soma, nos aproximamos de vós com este objeto dia após dia: Para vós somente nossas preces são ditas."
6. Por meio dessa eterna pele, que a fé purifique o Vosso Soma que espuma."

Japão

No Japão, estes cogumelos são considerados comida de goblins com nariz comprido que se chamam Tengu. O nariz comprido simboliza o orgulho e arrogância.


Estes seres também eram descritos como aves de rapina antropófagas humanóides que comiam gente, soavam como o trovão e traziam guerra onde quer que fossem. Se vestem como sacerdotes Shugendo.


Essa descrição seria de uma intoxicação mais forte pelo cogumelo e também de pessoas com tendências psicopáticas se tivessem comido o cogumelo. Existiam de fato povos com DNA com essa tendência (DNA reptiliano ou o DNA dos povos das estepes Indo-européias) na antiguidade, descendentes dos Scythians (Guerreiros que usavam arco e flecha e montavam cavalos, precederam as invasões bárbaras e Genghis Khan e os hunos, inclusive são parentes deles tendo espalhado seu DNA entre eles - eles eram antropófagos). Além disso, espalharam seu DNA na Índia através da invasão ária. De fato existe um pouco do DNA Scythian em tribos nômades da Sibéria e também nos Vikings.


Uma parte da mitologia japonesa vem da China. Tengu seria relacionado com o cão celestial Tian Gou que comia a lua ou o sol durante o eclipse destes astros e está associado com trovões, cometas e meteoros e traz guerra onde cai. Na mitologia coreana, o rei do Mundo Escuro envia seus cães de fogo para comer o sol e a lua e tenta fazer com que a escuridão reine para todo o sempre, porém não consegue. Os nórdicos também associam os eclipses a dois cães, Skoll e Hati, filhos de Fenrir, que também perseguem o sol e a lua. 

No Japão, são espíritos que guardam as montanhas e alguns servem como guardiões de locais. Sua associação com a cor vermelha e seu espírito guerreiro que pode tanto fazer o bem quanto o mal parece se associar aos exús do candomblé. 


Karasu Tengu

Ainda sobre Tengu no Japão. Conta-se que um guerreiro, Yoshitsune Minamoto, foi ensinado por um Tengu a lutar, para vingar a morte de seu pai, Yoshitomo Minamoto. Yoshitsune foi colocado para ser criado num mosteiro por seu inimigo do clã dos Taira. Cabe dizer que vingança nunca é boa. Ele conseguiu sua vingança. Porém Yoshitsune terminou sendo emboscado numa luta e foi obrigado a cometer suicídio. 

Sibéria (Koryaq)

Tatiana Urkrachen, uma xamã da Sibéria do Povo do Fogo mostra como se usava a Amanita muscaria em rituais. Ela é da tribo dos Koryaq.


Os Koryak são uma tribo das estepes do norte da Ásia, em Kamchatka, Rússia. Eles seriam os defensores do meio ambiente das estepes. Eles criam renas e suas roupas são muito semelhantes a que vemos do Papai Noel.


Eles usam Amanita muscaria como planta sagrada e produzem o Mukhomor, uma bebida sagrada. Como toda bebida sagrada, precisa ser preparada da forma correta para não desagradar o espírito da planta. Quando o espírito Mukhomor fala com este povo, a pessoa recebe uma canção sagrada. Perceba a diferença entre outros povos que consumiram a Amanita e infelizmente civilizados de hoje que utilizam sem ser algo sagrado mas para diversão ou para substituir álcool ou drogas, nada mais conseguem do que algumas visões mas não tem o alcance espiritual verdadeiro.

Algumas vezes, dão o Mukhomor para as renas.


A história da Amanita que os Koryaq contam é a seguinte:

O herói Grande Corvo pegou uma baleia, mas não pôde colocá-la novamente no mar. O deus Vahiyinin (Existência) disse a ele para comer "espíritos do wapaq" para ganhar a força que precisaria para carregar a baleia de volta para o mar. Os cogumelos Amanita apareceram na Terra (os "wapaq"). Eles eram brancos, pequenos e usavam chapéus vermelhos. As pintinhas brancas eram a saliva de Vahiyinin. Quando o Grande Corvo comeu o "wapaq", ele ficou excessivamente forte e pediu para que o cogumelo crescesse para sempre na Terra. E manifestou que os humanos aprendessem o que o "wapaq" tinha a ensinar.

Perceba a associação com o corvo e na mitologia japonesa também se associa os Tengus de maior hierarquia a rosto de corvos. E Odin é associado ao corvo. 

Os Koryaq secavam os cogumelos no sol ou faziam um chá com água, leite de rena ou o suco de várias plantas doces.

Esta tribo foi perseguida e oprimida pelos cossacos russos (que tem origem na Criméia, Ucrânia, que era a capital da Scythia, a terra dos Scythians). Infelizmente os russos trouxeram o álcool para uma parte dos nativos, que foram morar nas cidades e mataram muitos dos xamãs. Obrigaram os nativos a se converterem ao cristianismo ortodoxo. Apenas alguns mantém o estilo de vida antigo. Ao contrário dos Scythians ou dos que tem este DNA reptiliano, eles não se tornam furiosos ou violentos depois de terem usado Amanita.


Sami (Lapônia - Finlândia)

Os Sami ou Saami junto com o povo Finn são as populações que ocuparam a Finlândia em períodos de até 9 mil anos a.C. Os Sami são um povo semi nômade muito parecido com os Koryaq. Eles também criam renas. Eles fazem rituais com Amanita. O local onde eles vivem se chama Lapônia ("Lapland" - "Lap" é sela ou montaria de cavalo ou outros animais). 


Este era um xamã da Lapônia. Perceba a roupa, o gorro e o cajado parecido com o do Papai Noel.


As renas adoram comer Amanitas. Aqui está um vídeo mostrando as renas comendo Amanitas na natureza, nas áreas geladas onde estes cogumelos crescem. É o alimento preferido delas. No outono, elas procuram estes cogumelos mesmo embaixo do gelo das estepes da Europa e Ásia.




América do Norte

Os Dogrib Athabascan do Canadá e os Ojibwa de Michigan (Estados Unidos) fazem o uso da Amanita em cerimônias xamânicas.


Ojibwa de Michigan

Acredita-se que este costume tenha sido derivado de uma descendência dos povos da Sibéria, pois os índios das Américas vieram pelo Estreito de Behring. 

Maias e Astecas

Os Maias denominavam a Amanita de "Kakuljá-ikox" ("Cogumelo trovão-raio"). Relacionavam ao deus Rajaw Kakuljá ou Senhor dos Raios. Esse deus dá ordens aos espíritos que trazem a chuva.

Os Quiche também do México e parentes dos Maias tem um nome bem parecido para a Amanita.


Estas peças são da época pré-colombiana e demonstram os cogumelos Amanita com os deuses. As pedras-cogumelo evidenciam o culto ao cogumelo pelos maias. 

Os astecas mencionam Tlaloc, o deus da chuva, do trovão e dos raios, com cogumelos. Os espíritos da chuva derramam cogumelos por suas mãos. 


No Peru

Os Moche tem peças arqueológicas que claramente remetem ao cogumelo Amanita muscaria. Os Moche viveram ao mesmo tempo que os Incas, mas ficavam na costa do Peru. Construíram templos (Huacas) e tinham um sistema de irrigação bem desenvolvido. 


Há registros de outros povos e outros cogumelos no Peru. No sul do Brasil existem Amanitas associados aos pinheiros das florestas mais frias.

Conclusão: 

Pela mitologia, o cogumelo Amanita muscaria esteve associado a espíritos de deuses que tinham um caráter dual e muitas das vezes guerreiro. Se uma pessoa é pacífica, como os Koryaq, os Sami e os Moche, apenas experiências mais divinas acontecem. 

No entanto, até guerreiros com instinto assassino usavam este cogumelo provavelmente para acalmar antes das lutas, dando para eles a ausência de medo, a sensação de super força. 

NA NOSSA CULTURA 

LITERATURA


Em Alice no País das Maravilhas, a lagarta diz para a Alice que se ela comer um lado do cogumelo cresce e se comer do outro, diminui. 


Esse efeito de sentir-se aumentar ou diminuir (macropsia e micropsia) é conhecido como "Síndrome de Alice no País das Maravilhas", coletivamente conhecidos como dismetropsia. Ocorrem também pelopsia e telopsia. 

DESENHOS ANIMADOS

Fantasia (Disney)

No desenho Fantasia de Disney há uma cena em que cogumelos Amanita dançam em círculos. Diz-se que Walt Disney sabia de outro cogumelo, Psylocibe. 


Os Smurfs

As casas dos Smurfs eram cogumelos. Alguns eram Amanitas. 


VIDEOGAMES

Mario Bros

Mario é um dos personagens mais famosos e icônicos do universo dos videogames. Ele existe desde a época dos jogos de Arcade, como o Atari e começou como o encanador que enfrentava Donkey Kong para chegar até a Princesa Peach. Depois, o jogo evoluiu para o Mario Bros, com outros personagens como Luigi e os Toads. Mario comia um cogumelo vermelho que o fazia aumentar de tamanho, ganhar super força e derrotar o que viesse. 


Mushroom Shrine Tales

Esse videogame do Nintendo fala sobre uma menina que queria curar a irmã de uma doença e apelou para os deuses. Tengu aparece como esse deus voador com cara de corvo. Há diversas telas com caça aos cogumelos. Deve ter se inspirado em Mario Bros. 


The Legend of Zelda (Nintendo)

Os cogumelos Amanita ali são denominados "toadstool" (banquinhos ou cadeirinhas de sapos). O herói tem que pegar o cogumelo e entregar para a feiticeira que vai fazer uma poção que faz os adversários dormirem. 


Dragonquest 2 (Playstation)

Neste jogo, os guerreiros até cultivam a Amanita e colocam-na na cozinha. 


Percebam que é um jogo de guerreiros nórdicos, que bebem cerveja. 


FADAS, GNOMOS, DUENDES E ELFOS

Os elementais da natureza sempre estiveram relacionados aos cogumelos. Muitos artistas pintam fadas, duendes, gnomos e elfos com os cogumelos Amanita pela sua beleza. 


O orvalho que se acumula no seu chapéu quando invertido (o chapéu do cogumelo com o passar do tempo vai ficando mais plano e depois se curva para dentro formando uma taça) é denominado "Vinho dos Anões" (os povo Anão do Senhor dos Anéis). 


NO NATAL

Papai Noel é um velhinho de barbas brancas que veio da Lapônia e que tem um trenó puxado por renas que voam e se associa a elfos. O povo Saami da Finlândia mora na Lapônia e eles criam renas. Eles utilizam Amanita em rituais e as renas comem muita Amanita normalmente. 


Há uma hipótese de que Papai Noel seria na verdade a representação de um xamã da Lapônia dos Sami e suas renas voadoras. Há muitos enfeites de Natal que são Amanitas e outras plantas ligadas ao xamanismo. As Amanitas crescem na base dos pinheiros e bétulas. Os presentes que se colocam embaixo dos pinheiros no Natal podem ser uma alusão aos cogumelos. 

COMO NOME DE PRODUTOS

Em Florianópolis, a Ilha da Magia onde as pessoas acreditam em fadas, sereias, surge a Cerveja Amanita. 


A cerveja artesanal dos nórdicos. Por Odin! 

NA HOMEOPATIA

Na homeopatia, precisamos pensar em como o cogumelo vive e seu aspecto. Imagine que ele vive em regiões geladas. Terá sempre a sensação de que está no meio do gelo, sua pele gelada, agulhas de gelo penetram sua pele. Pode ter queimadura do gelo em suas extremidades. Seus dedos das mãos podem ficar cianóticos como no Fenômeno de Raynaud. Precisa tremer para superar o frio, com a agitação muscular. Todo o frio e a umidade do gelo acabam por dar frieiras nos pés e nos órgãos genitais. 

Imagine uma pessoa vivendo assim o tempo todo, o corpo age como se já estivesse em alerta o tempo todo, por conta do frio. Acaba ficando de mau humor e irritabilidade. Sua defesa é relaxar, ativar os receptores gabaérgicos (onde atuam os ansiolíticos benzodiazepínicos) e os receptores muscarínicos (do sistema nervoso autônomo parassimpático responsável pelo relaxamento após o estresse da luta ou fuga). 

O problema é, como atua nos receptores gabaérgicos, como os benzodiazepínicos acaba provocando sono, mesmo de dia. Talvez seja melhor hibernar, entrar na caverninha e ir dormir durante o inverno, esse tempo tão rigoroso. Ou pode ser como o que acontece com todos nós, dá mais sono no tempo frio. 

No cogumelo existe uma quantidade pequena de muscimol comparada com a quantidade de ácido ibotânico. Logo, essa atividade do muscimol nos receptores gabaérgicos dura até um certo tempo de defesa contra ataques desse organismo. A pessoa de Amanita continua sendo contrariada, continua sentindo ataques, já não pode mais reagir relaxando. Vai tentar parar o ataque com a ação da muscarina e do ácido ibotânico que provocam nos músculos contrações, espasmos até chegar nas crises convulsivas. Nas crianças, isso pode funcionar porque os pais podem ficar desesperados vendo isso acontecer e podem até começar a dar tudo o que a criança quer para que ela não tenha crises. Num adulto, dentro de uma família isso pode funcionar até um certo ponto. 

Então imagine que após esgotarem-se as defesas do muscimol, resta o ácido ibotânico que age nos receptores de glutamato, que são estimulantes das atividades musculares e neurológicas. 

Imagine uma pessoa que é o cogumelo, logo tem muito ácido ibotânico, que é um ativador dos receptores para o glutamato. Imagine estes receptores sendo estimulados em excesso. Pois todos temos estes receptores em quase todo o corpo, porém, não são estimulados o tempo todo. Na pele, aumenta a sensação de dor. Seus sentidos estão aumentados, mas se mexe o tempo todo por conta da atividade muscular, pelo estímulo. 

Esse excesso de ativação destes receptores, como já descrito anteriormente, pode fazer com que as células nervosas comecem a se degenerar por apoptose, como o que acontece na Doença de Huntington. Ou então acaba por estimular o crescimento de um glioma cerebral. Há estudos que falam de associação de Doença de Huntington e gliomas. O mesmo mecanismo degenerativo ligado ao glutamato ocorre no Mal de Parkinson, no Parkinsonismo de na Demência de Corpos de Lewy. 

Pensando apenas no uso xamânico e alguma explicação científica: 

Os receptores gabaérgicos são estimulados pelo muscimol que então faz com que a ansiedade diminua e pode existir um efeitos hipnótico. 

Já ouvi relatos de uma pessoa que tomou diazepam para experimentar como se sentia uma pessoa querida que estava tomando. Ele dormiu mas ao acordar via coisas complicadas, porque esta pessoa estava passando por momentos difíceis. É provável que tenha também ativado as mesmas áreas do cérebro que o muscimol ativaria. Mas essa pessoa tem a mediunidade aberta. Assim deve acontecer com quem tem a mediunidade aberta e usa o Agaricus. 

Então existe o ácido ibotânico que age nos receptores do glutamato, fazendo novos caminhos neuronais, estimulando o cérebro em áreas ainda não ativas. Este é o mecanismo da expansão de consciência. É quando começam as visões, o transe. 

Pensando em uma intoxicação aguda: 

Imagine uma pessoa comendo um cogumelo inteiro ou mais, crus. Ela poderá apresentar náuseas, vômitos, diarreia no começo, para colocar para fora o que intoxicou. Ação da muscarina. Depois, pode começar a dormir por conta do efeito do muscimol. Tem delírios, porém pode começar a tremer, ter espasmos e pode ter uma crise convulsiva. Pode entrar em coma por conta da depressão respiratória do muscimol nos receptores gabaérgicos ou por conta da crise convulsiva. Os efeitos começam de 30 a 90 minutos após a ingestão. A intoxicação pode durar de 12 horas até alguns dias. 

Tipo físico: 
Pessoas com cabelo loiro ou castanho claro com músculos e pele flácida. Idosos com circulação ruim. 

Mental:
Irritabilidade, mau humor, inquietação, agitação, nervosismo. Tristeza. 
Tiques nervosos como na Síndrome de Tourette ou na Doença de Huntington.
Hiperatividade e déficit de atenção.  
Pensamento lento. 

No polo narcisista: Com o ego inflado, sentem-se grandes e onipotentes. São orgulhosos, acham que já sabem de tudo e não aceitam conselhos. Porém no fundo são inseguros. São críticos, precisam desqualificar os outros para provar sua inteligência e habilidade. O que os outros falam não é importante.  Gostam de mostrar que são originais. São criativos, porém não são produtivos. 
Sentem-se como se o seu corpo não é capaz ou é inadequado para expressar toda a grandeza de quem eles são. Eles procuram levar o seu corpo aos extremos para demonstrar isso. Podem gostar de fazer aquelas provas de resistência ao frio nadando em águas geladas de lagos congelados. Quando está assim, faz muitas coisas num dia só, tudo em excesso. Pode gastar grandes quantidades de dinheiro. 

No polo psicótico: Tem poucos amigos, diz que prefere se relacionar com pessoas extraordinárias como ele. Pensa poder fazer tudo sozinho e não precisar de ninguém (onipotência). É uma pessoa muito importante. Está sob o controle de algum ser super humano. Acha que é leve, imaterial, sem corpo, Pode sair do corpo. 
É comandado a se ajoelhar e confessar seus pecados. De um outro lado, sente-se como se estivesse vazio, inexistente, que é um ninguém. Quando está assim, sente como se seu corpo fosse menor do que é, esbarra nos móveis. Vê as coisas com tamanho alterado. 

Hipocondria: Tem medo de pegar alguma doença e por isso tomam por conta própria diversos remédios, por não confiar em médicos. Pode ter interesse em medicina alternativa, escolhendo métodos diferentes como urinoterapia. Tem muito medo de ter câncer. Pensa que vai morrer cedo. Se estiver muito mal, apresenta dependência do médico e pede por ajuda de 15 em 15 minutos. Em verdade, de fato se tiver o quadro de convulsões, é um caso grave e complicado e de difícil solução convencional.

Sonhos: 
Sonha muito, tem pesadelos em que é humilhado ou dominado pelos outros. Sonhos de estar sendo sufocado ou que não consegue abrir a boca.

Quando está num maior estresse, aciona o mecanismo do relaxamento do muscimol e começa a delirar, quando tem loquacidade, risos, cantos. um pouco de fúria, carfologia. Muito sono mesmo de dia. 
O delírio começa com loquacidade, alegria, "coragem" (perda da noção do perigo - na verdade imprudência) e sentimentos exaltados. Abraça os amigos, beija suas mãos. 
Num segundo momento, o delírio passa a ter também a perda da percepção do tamanho das coisas (dismetropia), indiferença a estímulos de dor, perda de controle. 
Na terceira fase, canta, grita, machuca a si mesmo e aos outros. Quando está irritado, joga coisas nas pessoas. Pode ter crises epilépticas e convulsões se for castigado ou repreendido. 
Na quarta fase, fica com indiferença, pena de si mesmo, hipocondria, confusão, pode buscar o álcool para aliviar e ter apatia ao trabalho. 

Ao acumular frustrações, pode se tornar raivoso e vingativo. Não quer ser perturbado. Grita, com raiva e loucura. Tem respostas histéricas, pode se machucar ou machucar os outros em uma crise de raiva. Fala em rimas e profetiza.

Entender que tanto a criança quanto o adulto que tem este remédio de fundo agem assim no seu dia a dia. pois cada dia é um desafio novo. É como se entrassem nesse modo de sobrevivência todos os dias. O problema ocorre na questão do adulto por ter o problema de estar fora da realidade e não querer trabalhar. Isso é até tolerável numa criança. Mas uma criança que ao ser contrariada tem crises convulsivas deve enlouquecer os pais. Por conta disso, por mais talento que essa criança tenha, seus pais podem acabar dizendo que ela não tem a maturidade para lidar com isso e podem dar a impressão de que a criança não terá sucesso. 

Sente-se excluído da família e procura depois pessoas que se encaixem nesse perfil. Pode ficar na adolescência por muito tempo porque não quer se encaixar na sociedade. 

Geral: 
Febre com delírios, tremores, tentativas de sair da cama durante a febre. Fenômeno de Raynaud com a febre. 
Muita sudorese.
Aumento da percepção dolorosa. Dores na diagonal, de cima para baixo. 
Sensação de prurido no corpo e sensação do corpo estar gelado. Formigamento. 
Sensação de estar rastejando. 
Não tolera roupas no pescoço.
Por conta da falta de coordenação motora pelos tremores e coréia, deixa cair os objetos das mãos que quebram. São desastrados por terem pouca coordenação motora. Esbarram nas coisas. 
Agravação pelo ar frio, esforço mental e coito, tempestades com trovões e raios. Sol forte. Lua cheia ou lua nova. 
Melhora com movimentos lentos, deitar na cama aquecida.

Pele: 
Nariz vermelho como se estivesse com queimadura de frio. Lembrar de Rodolfo, a Rena do Nariz Vermelho (pois as renas comem Amanita) e o ambiente gelado onde as Amanitas crescem.


Pavilhão auricular vermelho com coceira. Queimaduras das mãos e pés por geada.
Frieiras com coceira e ardência intolerável. 
Pápulas. Eczemas. 
Acne.
O toque pode provocar risos.

Face: 
Nevralgia facial com sensação de agulhas de gelo penetrando na pele. 

Olhos
Blefaroespasmos. Nistagmo. Erros nas cores ou imagens (pela ação do muscimol ou da muscazona). Conjuntivite. Úlcera de córnea.
Herpes oftálmico. 
Miopia. Visão dupla. 
Astenopia. 
Vê as letras se moverem ao ler. 

Boca
Língua trêmula que atrapalha a fala. 
Aftas.  
Bruxismo.
Dor de dente que piora durante a menstruação.

Aparelho respiratório: 
Rinite alérgica crônica. Coceira no nariz, laringe e traquéia. 
Sinusite com cefaléia frontal que evolui com epistaxe. Secreção nasal fétida. 
Amigdalite.
Tosse espasmódica com espirros no final. Expectoração de pequenas bolas de muco. Lacrimejamento ao tossir.
Asma. 

SNC: 
Vertigem no sol muito forte e ao caminhar.
Cefaléia que dura horas, oftálmica. Pode sentir como se um prego estivesse na região parietal direita.
Cefaléia frontal que evolui com epistaxe. Sensação de que a cabeça está aumentada.
Convulsões
Coréias
Glioma

Aparelho cardiovascular
Taquicardia, sensação de constricção do coração. Arritmias. 

Aparelho digestivo :
Sonolência após comer.
Eructações com gosto de ovo podre ou de maçã.
Náuseas, vômitos, dor abdominal.
Dor hepática.
Diarréia nas crianças. 
Hemorróidas com prurido e dor em queimação.

Membros e costas:
Fenômeno de Raynaud nas mãos. 
Dor à compressão dos nervos lombares. Dor na região cervical. Melhora ao deitar na cama aquecido.
Sensação de água fria ou gelo nas costas. 
Dor nas ancas. 
Espasmos, tremores, podendo chegar a convulsões. 
Marcha vacilante. 
Frio nas pernas. Formigamento nos pés. Dor nas pernas como choques elétricos.
Bursite do hálux.
Edema.

Aparelho Genitourinário
Aumento da libido porém com impotência física. 
Órgãos genitais murchos, frios. 
Desfalecimento após coito, fraqueza. 
Prurido vulvar.
Prurido nos seios. 
Constipação durante a gravidez.
Prurido no ureter e ardência. Sensação de urina gelada passando pelo ureter. 
Leucorréia abundante. 
Prolapso uterino. 
Enurese noturna em crianças. 

Antídotos: Calcareas, Pulsatilla, Rhus toxicodendron, Vinum. Coffea cruda, Absinthium, Camphora. 

Doenças que encaixam com o remédio: 
Síndrome de Tourette pelos tiques nervosos, pelo TDAH. 
Doença de Huntington pelos tiques, coréia, memória fraca, dificuldades na fala, demência degenerativa.
Doenças degenerativas neurológicas (Mal de Parkinson, Parkinsonismo, Doença de Corpos de Lewy) pelos espasmos musculares, pela degeneração das células nervosas. 
Epilepsia de difícil controle com remédios convencionais. 
Glioma, tumores cerebrais. 
Histeria. Narcisismo.
Alcoolismo. 
Nevralgias.
Fenômeno de Raynaud.

LINKS DE REFERÊNCIA
The Trippy Substance that Gave Viking Berserkers their Crazed Power
Fly Agaric (Amanita muscaria)
The Truth About Viking Berserkers
Eating Santa´s Shroom
The Significance of Pharmacological and Biological Indicators in Identifying Historical Uses of Amanita muscaria
Hidden in Plain Sight
Soma In the Americas
Mysterious Ancient Mushrooms in Myths and Legends: Sacred, Feared and Worshiped in Ancient Civilizations
Intoxicação por cogumelos
The Dogs of Heaven and Tengu and The Secret Practice of Buddhism
Rig Veda
Eat The Sun: Eclipse Tales Down The Years
Fire Dogs and Angry Demons: Solar and Lunar Eclipses Myths From Asia
Lightning Makes Mushrooms Multiply
Searching For Soma The Elixir of Life
The Churning of the Ocean of Milk

LIVROS DE REFERÊNCIA
1) Plantas of the Gods - Their Sacred, Healing, and Hallucinogenic Powers (Richard Evans Schultes, Albert Hofmann & Christian Ratsch)
2) The Encyclopedia of Psychoactive Plants - Ethnopharmacology and Its Applications (Christian Ratsch)
3) Pagan Christmas - Plants, Spirits and Rituals at the Origins of Yuletide (Christian Ratsch & Claudia Muller - Eberling)
4) Guia de Medicina Homeopática (Nilo Cairo)
5) Estudos de Matéria Médica Homeopática (Dr.J.A. Lathoud)
6) Os Sintomas Mentais em Homeopatia (Dr. Robert Dufilho)
7) Fungi - Volume 2 (Massimo Mangialavori)
8) Tratado de Matéria Médica Homeopática - Volume 1 (Bernardo Vijnovsky)

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